Chuva. Água verticalmente ativa
Ativa ira personalizada in…
Na via expressa, onde sobem os monomotores,
Uma massa tímida de hagadoisó
Canta voraz.
Vorazmente seus gorjeios
São retratados pelo meio fio.
O eucalipto, antes nativo,
Agora pós-industrializado abrigo,
Fincado na pedra, acolhe
Os corações aflitos.
A chuva se dilui.
Respinga pelas valas do chapéu,
Aba de guarda-chuva a resguardar…
Partida em duas pontas,
O sentido se esvai na bifurcação.
Uma leva a um escopo,
A outra, à uma errônea fração.
A dúvida final estriptiza refletores
Que iluminam a piscina,
Cova derradeira da chuva.
A arquitetura apenas observa.
Observa com lentes de aumento.
A heroica arquitetura observa.
Arquitetura moderna, arquitetura não-volkswagem
Arquétipo de incongruências,
Cimento mal-rebocado
Desapego de secos ossos
Descalcificados, separados, divorciados.
Os faróis, rubi precioso: semáforo,
Apontam tilintando, alertando as bocas-de-lobo.
Os olhos das luzes estigmatizam miopia.
Pare! Pare! Chamem as luzes óticas.
Que sejam sustentadas em haste de tartaruga bem grossa.
O importante é que a arquitetura sinta a chuva.