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Foto: Grae Dickason/Pixabay

10 dicas para enfrentar uma crise de pânico


Antes da leitura a respeito das dicas de como enfrentar uma crise de pânico, é necessário considerar os seguintes aspectos:

  • crise de pânico não leva à morte;
  • a crise tem duração máxima de 40 minutos.

Tomando ciência disso, você poderá aproveitar melhor o que será indicado.

10 dicas para enfrentar uma crise de pânico

1. Detectar os avisos da crise
É essencial saber reconhecer os primeiros sinais de que irá eclodir uma crise de SP. Quando começar a se sentir “meio estranho”, de repente aparecer um incômodo no estômago, as mãos ficarem frias e as orelhas e rosto, quentes, em um contexto climático que não explica tais sensações, independentemente de estar no verão ou inverno, deve-se ficar preparado para lidar com mais uma crise.
É bem provável que, logo em seguida, comece a notar as pernas pesadas e os demais sintomas mais intensos.
A importância de reconhecer os sinais iniciais da crise está no fato de se “preparar” para o incômodo, o que lhe permitirá atravessar a crise com um pouco mais de tranquilidade e colocar em prática a sua estratégia, mediante, mais uma vez repito, o seu conhecimento adquirido a respeito do transtorno do pânico e os sintomas corporais.

2. Trabalhe sua mente para passar pelas crises sozinho
Na maioria dos casos, a pessoa passa pela crise sozinha. No trabalho, em casa, na rua ou no metro…, a realidade é que nunca ou raramente estaremos acompanhados de alguém que tenha conhecimento do problema.
Novamente reitero a necessidade de obter todas as informações possíveis a respeito da SP (espero que este livro possa colaborar para isso) a fim de que se consiga ter uma certa lucidez na hora do pico da crise. A consciência de que “você não vai morrer”, já é um primeiro passo importante.

3.  Exercícios de respiração
O ideal é realizar a respiração sentado em alguma cadeira ou recostado na cama. Inspire e expire o ar de maneira contínua e devagar, durante toda o desenrolar de uma crise forte, concentrando-se nos sintomas que está sentindo.
Se estiver na rua, caminhe bem devagar, inspirando e expirando, evitando olhar para a frente. Procure andar visando seus passos. Esse procedimento irá evitar que você tenha mais estímulos visuais, pois o estímulo visual e/ou sonoro piora as sensações.

4. Identifique o seu porto seguro
Uma das dicas mais importantes é que você tenha o seu porto seguro, um lugar em que possa passar os minutos de crise sem ser perturbado. É um lugar reservado para que tenha a crise. Provavelmente, o quarto e a cama serão os espaços escolhidos.

 5. Sentar-se na cama com garrafa ou copo de água
A maioria das pessoas que estão em casa, passa o ápice da crise no quarto e, mais especificamente, na cama. Não se deite; minha dica é encostar-se na cabeceira e colocar um copo ou garrafa de água perto de você. Permaneça encostado, fazendo exercícios de respiração. Provavelmente os sintomas gerais já estarão envolvendo você. É nesse instante que a sensação de “morte iminente” surge com mais intensidade. Essa sensação irrompe em decorrência da falta de salivação, o que prejudica o ato natural de deglutição. Vá tomando pequenos goles de água, alternando com os exercícios de respiração.

6. Andar pela casa com uma toalha úmida
Uma boa alternativa para enfrentar uma crise forte é caminhar pela casa bem devagar, inspirando e expirando o ar, e ir passando no rosto uma toalha úmida. Esse procedimento tanto serve para refrescar o rosto e as orelhas que estão “quentes”, sintoma muito corriqueiro numa crise intensa, como ajuda, psicologicamente, a passar os 20 ou 30 minutos da presença dos mal-estares.

 7. Não se preocupe com os outros
Imagine as seguintes situações: você está num bar com os amigos e de repente sente forte desconforto nos intestinos, se desculpa, e vai até o banheiro e fica lá por um bom tempo. Ou você está na esquina conversando com dois amigos e repara que está atrasado e lembra de algo que tem um prazo a ser feito. Parece situações corriqueiras, não parecem? Pois são mesmo!
E se eu dissesse que a razão de você ter se desvencilhado de seus amigos nas duas ocasiões foi o aparecimento da crise de pânico.
O indivíduo quando tem uma crise sente-se muito envergonhado e ou culpado, e muitas vezes nessas situações expostas acima ele prefere ficar na situação sofrendo e “enlouquecendo”, do que dar alguma desculpa e sair do desconforto.
Por isso, essa dica de não se preocupar com o que os outros irão pensar se você “abandonar” o local é muito importante para melhorar o enfrentamento da crise.

8. Ter sempre à mão bala, chicletes ou água
Este item parece bobagem, mas não é! Um dos piores sintomas é a sensação de morte iminente. Isso ocorre porque, durante a crise, não se verifica a salivação, o que dificulta a ação de “engolir” (daí a noção de estar morrendo, de sufocação!). Se a pessoa já possui o diagnóstico de SP, ou está sentindo os sintomas descritos neste livro, é indispensável que se acostume a carregar consigo chiclete, bala ou água, pois assim reaparecerá a saliva, fazendo com que essa sensação se amenize.

9. Sair todo dia
Se possível várias vezes ao dia. Na verdade, essa saída pode ser até o portão de sua casa, até a esquina, ficar um pouco no hall de entrada de seu prédio. Faça dessas saídas parte do seu tratamento e aprendizado da síndrome do pânico. É importante que você se adapte e sinta como é estar fora de seu porto seguro, que na maioria dos casos é o quarto, mais especificamente a cama.

10. O que fazer quando está na rua?
Esta dica se tornará mais útil se o indivíduo tiver consciência dos dois aspectos abordados no início dessas dicas: a) crise de pânico não leva à morte; b) a crise tem duração máxima de 40 minutos.
Bem, se a situação for “estar fora de casa”, algo do tipo shopping centers, lojas ou restaurantes, a atitude a ser tomada é imediatamente se isolar nos banheiros. Logo, ao entrar na toalete, tomar o ansiolítico (o indivíduo deverá sempre carregar consigo, principalmente se estiver em início de tratamento), sentar no vaso, realizar os exercícios de respiração e aguardar.
Na rua, os procedimentos se tornam mais complicados.
Ter crise na rua realmente é desesperador. Aqui, mais uma vez é importante lembrar que não acontecerá nada de grave ao indivíduo. Andar vagarosamente, fazendo exercícios de respiração e, devido à sensação de peso nas pernas, prestar atenção em suas pernas e não à frente, pois o maior estímulo visual que verá, psicologicamente, aumentará suas sensações da sp.


Livro Síndrome do Pânico

O prisioneiro do vidro: uma narrativa do pânico é um livro que aborda a síndrome do pânico sob a perspectiva de um paciente. O que é? O que leva um indivíduo a apresentar a síndrome? Como tratá-la? Há cura?
Este livro é um relato pessoal de quem há mais de quarenta anos convive com a SP, explicada mediante dados científicos.


Este post tem 3 comentários

  1. Veris

    Dicas muito importante, obrigada

    1. Paulo Sá

      Bom que tenha sido útil para você! Obrigado

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