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engrenagem poética I

GORILA FOTO
Foto: Tobias Rehbein/Pexels

Gorilismo

Urra pra um! Urra pra dois!

Urras gerais: pro vizinho, pro próximo, pra moça, pros santos.

Seguro no galho… seguro nos galhos. Tende a cair dos galhos! Galhofas!

A banana mata a fome. Coitado dos humanos. Pobres humanos! 

A banana mata. Sua amarelada inadvertência verte-se em tombo.

Produto final: primeiro, fratura; segundo, ruptura;

finaliza em King Kong.

O homem no karaokê, como bobo, tenta aclamar sua realeza.

O macaco, no palco, canta a mais bela das óperas,

Sem saber solfejar uma única nota.

 

 

 

pexels-freestocksorg-177719.jpg RATO
Freestocks.org/Pexels

O rato

O rato! O rato. A cada passo um escarro! Sucos de bueiro num poço escasso.

Dentro, ratos! O rato, raios! O rato exato rói o escarro mumificado em ossos.

Tutifruti em chiclé de barro, liquidificando o bueiro…

As sombras do escuro rato. 

O rabo do rato exato chacoalha o chantili e o barro.

O rato! Raios, o rato!

A rala camiseta do exato rato esconde a tatuagem de escarros

Que edificam o barro em tijolo, o tolo escuro rato.

Os olhinhos do rato rodam…

O rato todo se borra, com lamacentos barros no bueiro ralo.

Ratos me mordam! Raios!

Passeiam, acenando-me…

Arrotando passos, escorregando por um ralo.

 


Os poemas Gorilismo O rato fazem parte do livro Cordões de Celofane.  

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