Na época em que compus a ‘Nada Além do Tempo’, estava lendo muita literatura Beat. Pé na Estrada (On the road) de Jack Kerouak (1922-1969), Junky, de William Borroughs (1914-1997) e Uivo, de Allen Ginsberg (1926-1997) foram algumas obras lidas com muito prazer. Esta letra apresenta um pouco dessa influência.
Musicalmente, a canção esta composta em duas partes. A primeira apresenta um riff curto de hard rock em G. A segunda parte é uma levada em boogie, à la John Lee Hooker.
Nada além, nada além do dia
Nada além do véu que veste a vida.
Nada além do tempo/Das rimas e rezas/Das nuvens do espaço
Que nos separa!Nada além!
Nada além da noite
Nada além do frio que beija a lua.
Nada além da língua/Falando no seu sexo
Palavras, murmúrios da solidão/Nada além!
Além do nada, o princípio/Extremo sentido é nada
Beijo na boca é nada/Nada além de um coração mudo!
Nada além, nada além do que digo.
Nada além, nada além do que tá escrito.
Bobagens, tolices, verdadeiras sandices.
O fato, o tato, o signo, o pacto.
Telescópio procura o óbvio,
Faça o que digo, não faça o que faço!
CONFRARIA FUSA – cd De Suma Importância (2002) – Silvia Figueiredo (voz); Axel Bauer (baixo); Zé Vicente Fraschino (bateria); Paulo Sá (guitarras); produção musical: Leonardo Giordano.