Por Roberto Issa Jr.
A você que está aqui prestigiando a minha coluna, e também o blog, meu muito obrigado. Espero que tenham gostado das anteriores, e principalmente das duas últimas, onde falei sobre as duas bandas na história que usaram a marca Iron Maiden. Na verdade, apenas uma usou, porque a outra ainda usa, e muito bem por sinal.
Agora, sobre o mencionado de hoje, não se trata de uma marca, e sim de um nome forte e conhecido, muito poderoso no mundo do Blues/Rock. Estou falando de Stevie Ray Vaughan, uma das maiores figuras do gênero, com uma carreira que, apesar de muito curta, foi de grandiosa contribuição ao mundo não só do blues, como da música, tendo ganho nada mais, nada menos, do que 6 dos 12 Grammys aos quais foi indicado.
Nasce uma lenda
Nascido em 3 de outubro de 1954, em Dallas, no Texas, Stephen Ray Vaughan começou sua carreira musical em 1971, aos 17 anos, quando se mudou para Austin para se integrar à banda de seu irmão, Jimmie Vaughan. Mas não foi como guitarrista que aconteceu o seu primeiro trabalho em uma banda, mas, sim, como baixista. Isso mesmo, meus amigos! Stevie aceitou tocar baixo na banda do irmão pelo simples fato de querer tocar em uma banda. Mas não durou muito, já que sua verdadeira paixão era a guitarra. Poucos anos depois, começava a tentar recrutar músicos para formar com ele uma banda na qual ele seria o guitarrista. Então, entre o fim de 1978 e o começo de 1979, Vaughan formou a banda Double Trouble, com o baterista Chris Layton, e o baixista Jackie Newhouse. Depois de alguns shows em pequenos clubes, o baixista Newhouse deixa o posto, assumido por Tommy Shannon em 1981.
Melhor que isso, impossível
Logo Stevie Ray Vaughan chamou a atenção de David Bowie, durante o Montreux Jazz Festival, em 1982, e o convidou a participar do álbum Let’s Dance, lançado em 1983, tocando na faixa título e na faixa “China Girl”.
Mais algumas apresentações, e, em 1983, vem o primeiro álbum de Vaughan e a Double Trouble, Texas Flood. Aclamado pela crítica por ter conseguido mesclar muito bem o rock com o blues, tendo vendido acima da expectativa, tanto para público de um gênero quanto do outro, colocando o álbum em #38 na Billboard, e a faixa “Pride and Joy” no Top 20 na semana de seu lançamento.
No ano seguinte, o Double Trouble lança Cant Stand The Weather, com as participações de Jimmy Vaughan na guitarra, Stan Harrison no saxofone e Fran Cristina na bateria.
Stevie Ray Vaughn caminha para o estrelato
Álbum tão bom e reconhecido quanto o anterior, fez com que a banda fosse mais respeitada e procurada para mais shows. As performances dessas apresentações renderam a Stevie Ray Vaughan e banda a indicação ao Grammy de 1984 em duas categorias: a de Performance de Blues Tradicional, com a música “Texas Flood”, e a de Performance de Rock Instrumental, com a música “Rude Mood”. Mas, infelizmente, Vaughan ficou só no “quase” nas duas categorias.

Veio o ano de 1985, e Steve Ray Vaughan coloca mais um músico na banda, que agora atuaria como quarteto em vez de trio, com a entrada do tecladista Reese Winans. Em setembro do mesmo ano, o Double Trouble lança Soul to Soul, outro álbum de blues/rock de altíssimo nível. Durante os shows de divulgação do álbum, mais duas indicações ao Grammy. Primeiro com a música “Voodoo Child”, um cover de Jimi Hendrix, que Vaughan fazia em suas apresentações ao vivo, mas que ficou apenas no “quase” de novo. Porém, a outra indicação pela música “Blues Explosion”, por melhor Performance de Blues Tradicional, rendeu-lhe o seu primeiro prêmio.
Em novembro de 1986, o Double Trouble lança seu primeiro disco ao vivo, Live Alive, contendo músicas de apresentações que a banda fez no Montreux Jazz Festival, em 1985, e na Austin Opera House, em 1986. Mais uma indicação ao Grammy naquele ano, pela música “Say What”, por Performance de Rock Instrumental, mas de novo não levou.
Nem tudo são flores
A nota triste do ano de 1986 foi o abuso de Vaughan com o álcool que o levou a ter um colapso durante a turnê, fazendo com que ele passasse, em 1986, por um processo de reabilitação.
De volta à banda em 1988, começa a compor novo álbum com o Double Trouble, e em junho de 1989 lançam In Step. Agora com Vaughan recuperado, e dando seu melhor, como até pouco antes, saíram para divulgar o álbum, que, nem preciso dizer, foi bem aceito, bem vendido e rendeu novas indicações ao Grammy, com a música “Pipeline”, por melhor Performance de Rock Instrumental, e que ficou no “quase”, e pela música “In Step”, por melhor Performance de Blues, que agora, sim, rendeu-lhe o “brinquedo” tão cobiçado.
E o monstro deu adeus!
Em 1990, grava um disco com seu irmão. O nome do projeto é Família Style, lançado em setembro de 1990, e que deveria ser “apenas” uma brincadeira. Mas a dupla decidiu sair em turnê para fazer alguns shows e, numa das viagens que a dupla fez, um deles não voltou.
Stevie viajava num helicóptero, indo encontrar seu irmão para fazerem uma apresentação, quando a aeronave teve problemas devido ao mau tempo, e acabou caindo. Vaughan veio a falecer na manhã de 27 de agosto de 1990, aos 33 anos, deixando os fãs “órfãos” de um dos maiores gênios que o blues/rock já havia tido.
Mas para quem acha que acabou por aí, engana-se, e muito.
Em 1991, Vaughan ganhou um Grammy por melhor Performance de Rock Instrumental, pela música “D/FW“, do disco Family Style, gravado com seu irmão. E em 1993, de novo por melhor Performance de Rock Instrumental, outro Grammy com a música “Little Wing”, cover de Hendrix que Vaughan tocava em seus shows.
Um disco com sobras de estúdio de 1984 até 1989 foi lançado em 1991, chamado de The Sky Is Crying, que ganhou um Grammy em 1993 por melhor Álbum de Blues, dando assim um fim digno à carreira de um dos grandes guitarristas de Blues/Rock que passou pela face da terra.
Espero que tenham gostado, e nos vemos aqui na próxima postagem, valeu!